A hanseníase (ou lepra) é uma doença bacteriana que durante muitos anos foi vista com muito preconceito. O seu agente causador é a bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.
A doença é transmitida a partir do contato das pessoas com pacientes que ainda não receberam tratamento adequado e estão doentes. A doença pode ser transmitida por meio do contato com as secreções de um paciente infectado, como a saliva, o muco e até mesmo as lágrimas, ou pela respiração, mas, nem todo mundo que entra em contato com a hanseníase está propenso a desenvolver a doença, sendo que é preciso um período longo de contato com a bactéria causadora para desenvolvê-la.
Existem tipos variados de hanseníase, que estão relacionados à forma como o organismo reage ao bacilo causador da doença. Entre esses tipos, podemos destacar: hanseníase tuberculoide, hanseníase vichowiana, hanseníase borderline e hanseníase indeterminada.
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS
• Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil (o paciente não sente nada no lugar afetado);
• Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros;
• Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração;
• Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações.
• Dor e espessamento nos nervos periféricos.
• Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés.
• Pele e olhos ressecados;
• Feridas, sangramento e ressecamento no nariz;
• Febre e mal-estar geral.
O diagnóstico realizado logo no começo da doença diminui as chances de ela chegar em estágios muito avançados, de surgirem incapacidades físicas e da piora excessiva, além de favorecer a interrupção da cadeia de transmissão para outros indivíduos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 200 mil novos casos da Hanseníase são detectados em todo o mundo. O Brasil concentra mais de 90% dos casos da América Latina, sendo o segundo país com a maior prevalência da doença, seguindo atrás apenas da Índia.
No Brasil, cerca de 30 mil novos casos da doença são detectados todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). É um dado alarmante para toda a população. A Hanseníase representa para o país um grave problema de saúde pública.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, em 2018, foram registrados mais de 28 mil casos, cerca de 1.800 a mais do que em 2017 e quase 3.500 a mais do que em 2016. A doença é mais frequente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que respondem por quase 85% dos casos do país.
Anualmente, acontece em diversos estados brasileiros, a campanha Janeiro Roxo que tem como objetivo informar a população sobre os riscos e sintomas da Hanseníase.
Desde 2016, tendo como data símbolo o último domingo do mês de janeiro, a campanha conta com o trabalho do Ministério da Saúde junto à Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que tem trabalhado arduamente ao longo dos anos para informar a população. O que se busca é conscientizar a todos sobre as manifestações clínicas da doença e assegurar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce, para que a doença não evolua e nem seja transmitida a mais pessoas.
A hanseníase tem cura, porém, é incapacitante se chegar em estágios finais. Os medicamentos existentes atualmente são capazes de matar a bactéria, mas não revertem os danos neurais causados pela doença em estágio avançado.
Cada um de nós tem que fazer a sua parte, estando atentos ao nosso próprio corpo, bem como prestando atenção àqueles que convivem diariamente com a gente, procurando orientação médica em caso de sinais e sintomas suspeitos. A doença, que durante muitos anos foi um tabu, e ainda hoje é uma doença negligenciada e vítima de inúmeros preconceitos.
Se a hanseníase ainda é uma doença negligenciada, a nossa saúde não é. Cuide-se!
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