Toda mulher gosta de se ver bonita, estar bem arrumada e garantir que a beleza estética sempre esteja em dia, porém, não são só os cuidados com a aparência física que são importantes na vida de uma mulher, mas com a saúde também. Estar em dia com os exames e ser avaliado anualmente pelo ginecologista é essencial para se ter uma vida mais saudável, principalmente quando o câncer de mama, segundo o INCA, é o segundo tipo que mais acomete brasileiras, representando por volta de 25% de todos os cânceres incidentes no sexo feminino. Segundo a FEBRASGO, é a quinta causa de morte por câncer em geral, por isso a prevenção é imprescindível!
Para entendermos melhor sobre o câncer de mama, conversamos com a Dra Isabella Maeji Tavelin, médica Ginecologista, Pós-graduanda em Ginecologia endócrina e Ginecologia da infância e adolescência. Segundo Isabella, o câncer de mama é o câncer ginecológico mais comum na população feminina e é causado pela multiplicação desordenada das células da mama, gerando células anormais que originam um tumor, o qual pode ser de crescimento rápido ou lento, e pode manifestar diversos sintomas, tais como:
Alteração no formato da mama;
Alteração da temperatura local;
Retração do mamilo;
Espessamento da pele (com aspecto de “casca de laranja”);
Nodulação;
Secreção papilar (duas são mais preocupantes: as secreções sanguíneas ou secreção “água de rocha”, que é cristalina);
Dor;
Lesão de pele.
Questionada sobre como esse tipo de câncer se desenvolve, a ginecologista afirma: “O câncer de mama tem origem multifatorial, estando associado a fatores genéticos e hereditários. Porém não podemos esquecer que os hábitos de vida (consumo de álcool, não aderência às atividades físicas regulares, excesso de peso, etc), e a história pessoal da paciente (quantas vezes engravidou, idade da primeira menstruação, por quanto tempo amamentou, idade da menopausa) também influenciam no desenvolvimento da doença”.
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2014-2018, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,5% do total de óbitos, afirma o INCA. Para esse tipo de câncer, os tratamentos variam bastante pois, segundo a ginecologista, tudo depende do estadiamento do câncer de mama. “Existem diversas opções de tratamento, como quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e cirurgia, sempre norteadas pelo estadiamento da doença, ou seja, pela localização e extensão do câncer de mama. Em alguns casos específicos em que o tumor é muito grande, pode-se indicar a terapia neoadjuvante, a qual consiste na administração pré-operatória do tratamento sistêmico, na tentativa de diminuir o volume do tumor e realizar uma cirurgia menos invasiva. Lembrando que cada caso deve ser individualizado e analisado por um especialista”, afirma Isabella.
Mas para que o tratamento tenha maior eficácia e os resultados sejam satisfatórios a prevenção e a descoberta logo no início da doença são essenciais. É necessário conscientizar as mulheres a estarem em dia com seus exames de rotina, e sempre irem ao ginecologista. E é nesta parte da conscientização que o Outubro Rosa entra. Segundo o INCA, o Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, e foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. Questionada sobre a importância da campanha, a médica afirma: “Acredito que ajudou muito a aumentar o número de mamografias e que influencia sim as pacientes a se cuidarem melhor, por isso ela é importantíssima, pois informação é tudo. A detecção precoce do câncer de mama melhora a morbidade e permite um tratamento mais precoce também”.
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura, afirma o Ministério da Saúde. Um dos grandes pontos da prevenção, segundo Isabella, é consultar-se com o ginecologista anualmente, para a realização dos exames de rotina e do exame físico. “Muitas vezes o ginecologista é o primeiro médico que a mulher procura para discutir alguma questão, então o mesmo tem a oportunidade de avaliar a paciente como um todo, não somente a parte ginecológica, podendo identificar alterações que necessitam de seguimento com outro especialista, como o cardiologista ou endocrinologista, por exemplo”, completa a médica.
Outro ponto importante para a prevenção é realizar os chamados exames de rotina, como a mamografia. Segundo a FEBRASGO, a mamografia é indicada como método de rastreio do câncer de mama para mulheres a partir dos 40 anos de idade, devendo ser realizada anualmente (desde que não sejam encontradas alterações). “Em alguns casos a ultrassonografia de mamas também pode ser solicitada para complementar a mamografia; por exemplo, em mamas muito densas (com muitas glândulas, geralmente em pacientes mais jovens), o exame ajuda a identificar lesões que poderiam passar desapercebidas pela mamografia. No entanto, a mamografia é o exame indicado para rastreamento de câncer de mama, e não deve ser substituída pela ultrassonografia, e sim complementada. O exame físico das mamas realizado pelo médico especialista também é importantíssimo para a detecção de alterações”, completa Isabella.
O Outubro Rosa está aqui para lembrar todas as mulheres do quão importante é o auto cuidado. Realizar autoexame, conhecer o próprio corpo e estar e dia com os exames e com as consultas ao ginecologista é um passo importantíssimo para a saúde da mulher. Portanto, cuidem não só da aparência física, que é sim importante, mas também da saúde interna, pois ambas trarão a vocês, mulheres, a qualidade de vida que merecem!
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