Segundo a Associação Internacional de Dislexia (IDA), a dislexia é: “considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.”
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a dislexia não é causada por um nível baixo de inteligência. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial. Ela não é uma doença, tendo suas raízes em diferenças nos sistemas cerebrais responsáveis pelo processamento fonológico, que resultam então em dificuldade para processar os sons das palavras e associá-los com as letras ou sequências de letras.
De acordo com a ABD, outros fatores que podem vir associados são: déficits nas funções executivas, dificuldades no processamento auditivo e/ou visual e desenvolvimento psicomotor.
Há diferentes níveis de dislexia, normalmente descritos como leve, moderado e severo. Eles são baseados, em geral, no grau das dificuldades apresentadas por cada indivíduo disléxico.
Alguns dos sintomas que podem ser identificados, de acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, são:
· Na linguagem oral:
- Atraso no desenvolvimento da fala;
- Problemas para formar palavras de forma correta, com troca de sons ou troca de palavras semelhantes;
- Erros de pronúncia, incluindo: trocas, omissões, substituições, adições e misturas de fonemas;
- Dificuldade para nomear letras, números e cores;
- Dificuldade para se expressar de forma clara.
· Na leitura:
- Dificuldade para entender palavras;
- Erros no reconhecimento de palavras, mesmo as mais frequentes;
- Leitura oral devagar e incorreta. Pouca fluência, com inadequações de ritmo e entonação, em relação ao esperado para a idade e a escolaridade;
- Vocabulário reduzido.
· Na escrita:
- Erros de soletração e ortografia, mesmo nas palavras mais comuns;
- Omissões, substituições e inversões de letras e/ou sílabas;
- Dificuldade na produção textual, com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.
A dislexia é muito confundida com outras doenças e transtornos que afetam o cérebro. O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe profissional multidisciplinar (médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Sendo considerado um transtorno ainda sem cura definitiva, o tratamento da dislexia exige a participação de especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar o portador de dislexia a melhorar, na medida do possível, a leitura, a expressão escrita ou a fala.
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